Postado dia 17/11/24 | 14min. de leitura
Roteiro pelo litoral norte da Bahia: 12 dias inesquecíveis
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Por Márcio Vasconcelos de O. Torres
Historiador e viajante - marciotorresbb@gmail.com
Escrevo este artigo com o propósito de proporcionar uma base sólida para os inquietos como eu, um roteiro do litoral norte da Bahia, praia por praia, com a riqueza de detalhes que os verdadeiros exploradores merecem.
Um guia de 12 dias pela maravilhosa Costa dos Coqueiros, região repleta de praias belíssimas, dunas de areia branca, Mata Atlântica, rios e bocas de barra, além de lagoas de todos os tamanhos e cores, algumas com águas cristalinas, inclusive.
Em geral, as pessoas optam por viagens de maneira fragmentada, escolhendo um determinado destino. Por lá permanecem dias, semanas, ou até mesmo um mês inteiro.
Mas também existem pessoas que não se contentam em ficar muito tempo em um mesmo lugar e sempre estão desejando ir além, em busca de uma exploração mais completa da região escolhida.
Desde criança, sempre desejei conhecer toda a Bahia, pelo menos seu litoral, e foi o que fiz muitas vezes andando, remando, de ônibus ou de carro, praia por praia, ao longo de todo o litoral baiano e seus 1000 km de extensão.
Portanto, este artigo é dedicado aos que, ao mirar de longe uma ponta de praia, sempre desejam descobrir o outro lado e assim sucessivamente…
Um pouco da história do litoral norte da Bahia
Os caminhos que levam ao litoral norte de Salvador eram habitados por tupinambás na faixa litorânea e por diversas etnias do tronco linguístico macro-jê, se tratando de territórios no interior do continente.
A ocupação portuguesa se deu com a chegada de Tomé de Sousa em 1549, cujo propósito foi o de construir Salvador, iniciar o Governo Geral e expandir o domínio das terras, dominando, povoando e adentrando no interior em busca de metais preciosos.
Garcia d’Ávila foi seu homem de confiança e responsável pela construção da Casa da Torre em Tatuapara (Praia do Forte), baluarte de um exército de indígenas e mamelucos capaz de mergulhar no continente conquistando e fundando currais de gado, grande fonte da sua riqueza. Com o tempo, esses currais se tornaram freguesias, vilas e algumas cidades da região.
Por outro lado, a expansão religiosa liderada pelos jesuítas aconteceu simultaneamente, com o propósito de dominação dos nativos por meio da catequese. Fundaram aldeamentos como o Divino Espírito Santo, que se tornou a cidade de Camaçari, Massarandupió e Itapicuru de Baixo, atual cidade do Conde.
Portanto, para quem busca conhecer mais sobre a história da região, vale muito a pena passar uma tarde no Castelo Garcia d’Ávila, localizado na Praia do Forte.
Trata-se das ruínas da antiga Casa da Torre, construída ainda no séc. XVI como centro de poder de um dos maiores latifúndios da história.
Por lá existe um belo museu com grande riqueza de conhecimento, algumas réplicas de embarcações portuguesas, a Casa da Torre reconstituída em miniatura e muitas peças encontradas durante escavações realizadas no complexo arqueológico.
O museu também possui diversas TVs onde são exibidos documentários com entrevistas exclusivas realizadas com historiadores, especialistas na história da Casa da Torre.
O roteiro de viagem pelo litoral norte da Bahia
Em outubro de 2024, quando fiz 47 anos, refiz todas as praias da Linha Verde de carro, em uma viagem de 12 dias. Experiência incrível que narro dia após dia e em detalhes nas próximas linhas, confira:
1º dia: Buraquinho, Busca-vida, Jauá e Arembepe
Por serem praias mais próximas de Salvador e frequentá-las mais assiduamente, tirei a manhã para visitar Buraquinho, Busca-vida e Jauá, chegando em Arembepe para o almoço, onde curti a tarde e realizei o primeiro pernoite.
Praia de Buraquinho
A Praia de Buraquinho é o encontro do Rio Joanes com o mar, sendo o ponto final da Praia de Vilas do Atlântico, no município de Lauro de Freitas. O local escolhido para dar início ao roteiro pelo litoral norte da Bahia é bem bonito, possui algumas barracas de praia e proporciona ótimo banho de rio em frente às mesmas.
Também é ponto de encontro da galera do kitesurf, do stand up paddle e da canoa havaiana, destacando o Clube da Prancha, que oferece aulas e aluga equipamentos náuticos.
Praia de Busca-vida
A Praia de Busca-vida inicia logo após a foz do Rio Joanes, mas seu melhor acesso se dá através do Condomínio Busca Vida, cuja portaria libera a entrada mediante apresentação de documento pessoal.
A partir da portaria, são aproximadamente 2,5 km até o estacionamento para visitantes, de onde é preciso seguir por uma mini-trilha até a praia.
O visual da Praia de Busca-vida é diferenciado e a urbanização presente não chega a ofuscar sua beleza, com a faixa de coqueiros e restinga preservada.
Praia de Jauá
De Busca-vida segui para mais uma parada curta, dessa vez na Praia de Jauá, cuja urbanização intensa se faz presente.
O grande destaque desta praia é o quebra-mar natural formado por rochas vulcânicas, que proporciona uma grande e cristalina piscina natural formada na maré baixa, excelente para crianças e idosos.
A Praia de Jauá também possui muitas barracas, que dispõem de sombreiros, mesas e cadeiras na areia e oferecem bebidas, petiscos e pratos de frutos-do-mar.
Praia de Arembepe
Porém, o grande destaque do dia ficou por conta de Arembepe, distrito da cidade de Camaçari, que conta com um litoral super recortado e diversos estilos de praias diferentes.
Bem no centro da vila, possui um quebra-mar parecido com o de Jauá, contudo em um ambiente mais preservado.
A piscina natural que se forma na maré baixa é especial, tem água verdinha e excelente para quem busca relaxar passando horas tomando banho.
Seguindo por uma estrada de barro à direita, se chega na Praia do Piruí, que possui ondas fortes e tubulares, um verdadeiro reduto dos surfistas locais.
À esquerda do centro do povoado, está a famosa Aldeia Hippie de Arembepe, fundada nos anos 1970.
Grandes personalidades como Janis Joplin, Mick Jagger, Roman Polanski, além de artistas brasileiros como os Novos Baianos e a turma da Tropicália passaram por lá nesse período.
O local é mágico, amplo, e graças aos seus moradores foi preservado da especulação imobiliária.
A aldeia está entre o mar de uma das praias mais bonitas do litoral norte e um grande lago, com casas rústicas em meio a belos coqueiros e pequenas dunas super charmosas.
Para finalizar o primeiro dia, um pernoite especial hospedado em um dos lindos bangalôs de madeira e palha que existem por lá para receber o turismo.
São tantas opções incríveis, que vale a pena conhecer um por um antes de decidir em qual deles você dormirá, destacando as cabanas Flor da Aldeia e Morada da Lua.
2º dia: Barra do Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim
Um pouco mais distantes de Salvador, Barra do Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim são três joias da Costa dos Coqueiros, locais onde a urbanização de condomínios preservou parte da vegetação de coqueiros e manteve o ar de paraíso em suas praias.
Praia da Barra do Jacuípe
Apesar de ser um lugar muito bonito, parei apenas por uns minutos para produzir algumas imagens. Destaque para o maravilhoso Rio Jacuípe que deságua nessa praia e proporciona paisagens incríveis, a exemplo do belo coqueiral que o emoldura ao fundo.
O local é bem servido de barracas de praia e ótimo para o banho durante a maré baixa, sendo perfeito para famílias passarem o dia.
Praia de Guarajuba
Está apenas 20 km ao norte de Arembepe, sendo conhecida como um reduto de condomínios de luxo. Assim sendo, possui muitas casas disponíveis para aluguel de temporada no Airbnb, além do famoso Hotel Vila Galé Marés.
A Praia de Guarajuba é perfeita para passar uns dias, pois proporciona hospedagens muito confortáveis, restaurantes à beira-mar que são referência na Linha Verde, aproximadamente 8 km de praias super preservadas e diversas piscinas naturais cristalinas formadas na maré baixa.
Praia de Itacimirim
Semelhante a Guarajuba, possui um grande recife de coral onde rolam ondas perfeitas no inverno e piscinas naturais na maré baixa durante a alta temporada.
É em Itacimirim que fica a famosa Praia da Espera, local onde Amyr Klink chegou no dia 18 de setembro de 1984, após atravessar o Oceano Atlântico remando a partir do continente africano.
Muito bonita, seu mar é manso e possui formação de piscinas naturais, ótimos restaurantes na areia, além da escola de surf e aluguel de equipamentos náuticos do nativo Juarez.
3º dia: Praia do Forte
Sem dúvida alguma, a Praia do Forte é a queridinha de qualquer roteiro no litoral norte de Salvador e são tantas as atrações, que é preciso passar pelo menos um dia inteiro por lá.
A vila é um charme, com suas ruas de pedra, lojinhas estilo boutique, bares e restaurantes super estilosos e a primeira sede do Projeto Tamar no Brasil, onde funciona o ótimo Farol Restaurante e Bar.
Quanto à infraestrutura hoteleira, é uma das melhores e mais variadas da Bahia, com dois grandes resorts, o Tivoli e o Iberostar, muitas pousadinhas boutiques espalhadas na vila e também no melhor estilo pé na areia.
Um dos destaques desse lugar incrível são suas praias recheadas de piscinas naturais formadas na maré baixa. Elas possuem tom verde-azulado, são recheadas de corais, muita vida marinha e um colorido impressionante.
Por lá, mergulhos com snorkel são imprescindíveis e costumam encantar os turistas por toda a vida presente no mundo subaquático.
Foi onde produzi algumas das fotos mais bonitas da viagem com meu equipamento sub.
A Praia do Forte também é muito especial para os amantes de caminhadas longas, já que seu litoral recortado revela paisagens realmente impressionantes, dignas de ilhas paradisíacas.
Ainda deu tempo para mais uma visita ao extraordinário complexo arqueológico do Castelo Garcia d’Ávila.
Para quem ama história como eu, é um lugar para se perder no tempo.
Fora isso, as ruínas são impressionantes até para os leigos no assunto e o visual lá de cima é escandalosamente lindo.
Do alto das ruínas, é possível avistar toda a extensão da Praia do Forte, a vila, o coqueiral e a imensidão do mar azul ao fundo.
Para quem tiver disponibilidade, indico que fique até o final da tarde, quando a luz do sol vai amarelando e dourando as paredes de pedra das ruínas do castelo Garcia d'Ávila, simplesmente espetacular.
4º e 5º dias: Imbassaí e Praia de Santo Antônio
No quarto dia da viagem, passei uma manhã curtindo a bela foz do Rio Imbassaí, com o luxo de alternar banhos de mar e de rio em um mesmo ambiente.
O local ainda proporciona algumas barracas de praia onde se come muito bem, principalmente os pratos mais famosos da gastronomia baiana.
Porém, me permiti ficar mais tempo na Praia de Santo Antônio, onde tive uma das experiências mais incríveis como viajante.
Praia de Imbassaí
O vilarejo é charmoso e lembra a Praia do Forte 30 anos atrás, com pousadas, condomínios, alguns restaurantes, barzinhos estilosos e uma urbanização menos definida. O grande destaque de Imbassaí é, certamente, o rio de mesmo nome, que atravessa o vilarejo e encontra o mar em meio a linda e preservada Mata Atlântica.
Praia de Santo Antônio
A Praia de Santo Antônio é pitoresca e também o local onde vivem pescadores e artesãs. Possui quilômetros de um litoral belíssimo e recheado de coqueirais intactos, grandes dunas de areia branca e vegetação selvagem.
Minha experiência inesquecível por lá aconteceu ao me hospedar por duas noites em uma das incríveis Cabanas Blue Santo Antônio, instaladas em um terreno estreito e com ligação direta para o mar, que diga-se de passagem, é lindo!
Um projeto espetacular onde tudo foi pensado minuciosamente para deslumbrar os visitantes.
Conforto, charme, natureza e um maravilhoso café da manhã na varanda da cabana.
Além disso, noites estreladas em meio ao belo coqueiral que se pode admirar da janela, ou mesmo do banheiro, que possui teto de vidro e com visão privilegiada de algumas constelações.
Ainda pude curtir um momento mágico em frente a fogueira, que me trouxe um mix de sentimentos e pensamentos distantes da mais pura nostalgia.
Estar na Blue foi o descanso perfeito após trilhas magníficas em meio às dunas e paisagens da região, e ainda deu para aproveitar o Beach Club, instalado entre as cabanas e a praia.
O estabelecimento proporciona um cardápio finíssimo, repleto de pratos e drinks que beiram a perfeição, além de um ambiente incrível, rústico, sofisticado e de muito bom gosto.
Também é preciso destacar a qualidade do atendimento, já que toda a equipe é muito educada e atenciosa, desde o pessoal da limpeza, barman, chef, garçons e demais funcionários.
6º dia: Praia de Massarandupió
Esse roteiro pelo litoral norte da Bahia é realmente fantástico e surpreendente. Após a experiência da Praia de Santo Antônio, achei que realmente seria difícil atingir nível semelhante de energia em outro destino do litoral norte baiano. Ledo engano!
A Praia de Massarandupió é composta por geografia semelhante, já que está bem próxima à praia de Santo Antônio. Porém, nela um riozinho corre paralelo ao mar, separado por dunas altas repletas de coqueiros e vegetação de restinga, de onde a vista é uma das mais belas que já presenciei na Bahia.
Me embrenhei pelas dunas, seguindo o curso do riozinho e me deparei com cenários magníficos, com destaque para o trecho onde está a ótima Barraca do Patrício, posicionada em frente ao mar e com uma mini-trilha de areia nos fundos que leva até uma prainha de rio simplesmente paradisíaca!
A tão famosa praia de naturismo fica à direita da Barraca do Patrício, fui caminhando até a placa limite e de lá mesmo retornei para subir e aproveitar a vila. Não é que encontrei um oásis chamado Armazém 19 Café Teatro?
Digo isso, pois ao entrar no estabelecimento, fiquei realmente estupefato com a beleza e o charme do lugar, algo feito por artista e de um nível tão encantador de bom gosto que o dinheiro não paga.
O café teatro é de propriedade do casal Kinho Xavier e Sandra Costa, pessoas maravilhosas e super hospitaleiras. O detalhe é que Kinho é um dos maiores bandolinistas do Brasil, simplesmente o criador do bandolim de 12 cordas e músico carimbado entre os grandes artistas da Música Popular Brasileira.
À noite, fizemos um dueto de voz, violão e bandolim que ficará marcado para sempre em minha memória! Vale lembrar que o Armazém 19 costuma receber grandes artistas nacionais, tanto músicos instrumentistas, como compositores e intérpretes, além de peças teatrais maravilhosas.
7º e 8º dias: Porto de Sauípe, Subaúma e Baixio
Por ser um trecho do litoral baiano que já tive a oportunidade de conhecer em outras viagens, sabia que Baixio é um lugar de energia altíssima e isso se dá pela magnitude das suas paisagens, principalmente das lagoas de água cristalina que são fantásticas.
Mas antes, pude apreciar as belas praias de Porto de Sauípe e Subaúma.
Praia de Subaúma
No sétimo dia, passei a manhã em Subaúma e me surpreendi com a beleza da praia, que apresenta um quebra-mar semelhante ao de Jauá, porém muito mais preservado.
Após passar caminhando pela vila, que possui algumas casas e restaurantes em frente ao mar e um clima pacato de veraneio, caminhei longamente por um trecho deserto, com lindos coqueirais e um mar verde esmeralda muito especial!
Momento de sentir a brisa, respirar fundo e esvaziar a mente!
Praia de Porto de Sauípe
Após o almoço, me dirigi até Porto de Sauípe para curtir o entardecer na foz do rio de mesmo nome. Um lugar de natureza farta e com algumas barracas nativas onde se come e se bebe muito bem em meio a banhos maravilhosos.
Baixio
Cheguei em Baixio à noite e me hospedei na Pousada Recanto Lagoa Azul, que possui boas instalações e preço justo. No dia seguinte, tive a honra de ser guiado pela Baixio Turismo, parceira da Bahia Terra Turismo, em caráter de exclusividade, visitando as três lagoas mais bonitas da região em um único e maravilhoso dia.
Porém, cada passeio da Baixio Turismo contempla uma lagoa, o que permite aos turistas aproveitarem muito melhor do que eu cada uma delas.
Lagoa Azul
Passou um tempo com a água escura em razão da pigmentação de vegetais, um processo natural. Recentemente as águas da lagoa voltaram a clarear, não estando ainda 100% até a data dessa viagem.
O lugar é encantador e possui uma duna de areia branca em frente a lagoa que é muito linda. Destaco também a presença de um grande cajueiro debruçado sobre as águas… simplesmente espetacular!
Lagoa Verde
A mais distante das três lagoas cristalinas de Baixio, é também a mais preservada, tendo inclusive um limite de 8 visitantes por vez para manter seu bioma conservado.
Quer ir ao Caribe e está sem grana? Pois bem, 2 horas de permanência neste lugar inacreditavelmente lindo elevará seu espírito da mesma forma e a um custo muito menor.
Estou falando de um visual único e de uma tonalidade de água que nunca vi no Brasil, realmente muito especial!
Lagoa da Panela
Sem dúvida alguma esta lagoa é a mais badalada de Baixio e isso se dá pela união de duas características: o belo tom esverdeado da sua água cristalina e toda a infraestrutura para o turista que a Baixio Turismo montou neste local.
Um lindo lounge rústico de madeira e palha, um pórtico muito bonito e super fotogênico de frente para a lagoa, além de pranchas de stand up paddle e caiaques que ficam disponíveis para os turistas durante o passeio.
Vale destacar também que Baixio possui a Barra do Inhambupe, local rico em natureza e que proporciona ótimo banho, além de oferecer diversas barracas onde se come muito bem. Existem outros passeios por lá proporcionados pela Baixio Turismo e que levam a mirantes incríveis em meio às dunas, imperdível!
9º dia: Barra do Itariri, Barra de Siribinha, Sítio do Conde
No dia seguinte do roteiro no litoral norte da Bahia, extasiado e com memórias ainda vivas das lagoas de Baixio, segui viagem rumo ao litoral da cidade do Conde.
O município contempla a Barra do Itariri, Siribinha, Barra de Siribinha e o Sítio do Conde.
Barra do Itariri
Trata-se de uma grande foz que corre paralela ao mar, emoldurada por um morro de dunas, coqueiros e manguezal. Por lá caminhei, tomei um banho refrescante, produzi algumas imagens de um pescador e seu filho que jogavam tarrafa e segui viagem rumo a Barra de Siribinha.
Barra de Siribinha
Exótico! Esta é a melhor palavra para traduzir o visual desse lugar incrível. Ao chegar em Siribinha, contratei um barqueiro para um passeio pelo Rio Itapicuru de Baixo.
Um dia maravilhoso passando na Barra de Siribinha e também por uma trilha nas dunas, que leva a dois lugares de nome Cavalo Russo e Cajueirinho.
A Barra de Siribinha possui um complexo de lindas barracas repletas de pequenos quiosques de palha e redes espalhadas em suas sombras. Um lugar lindo para comer, beber e relaxar.
Quanto ao Cavalo Russo e o Cajueirinho, são dois pontos semelhantes onde grandes dunas de areia branca terminam nas águas avermelhadas do Rio Piranji. Vale o passeio!
Praia de Sítio do Conde
O lugar em si não é atraente, já que por lá a urbanização é descuidada. Mas optei por me hospedar no ótimo Hotel Coco Beach, que está 2,5 km ao sul do Sítio do Conde, em um trecho de praias desertas e coqueirais intactos.
10º, 11º e 12º dias: Mangue Seco encerra o roteiro no litoral norte de Bahia
Para finalizar a viagem, reservei três dias para aproveitar Mangue Seco, a cereja no topo do bolo do roteiro pelo litoral norte baiano.
Ainda pela Linha Verde (BA-099), dirigi até o povoado sergipano de Pontal, de onde saem lanchas que atravessam o Rio Real até o mágico vilarejo onde foi filmada a novela Tieta, em 1989.
Mangue Seco é uma pequena vila de pescadores, com ruas de areia e casinhas onde ainda vive um povo sorridente e feliz.
Após a explosão turística ocasionada pela novela no início dos anos 1990, o povoado passou a receber menos turistas, mas o suficiente para potencializar sua economia sem perda de identidade cultural.
Ao longo dos três dias, permaneci por lá hospedado na Pousada Grão de Areia, de características simples como o vilarejo e que me permitiu estar mais próximo das pessoas locais.
Também pude caminhar bastante por trilhas recheadas de coqueiros centenários, uma vegetação de restinga preservadíssima e dunas, muitas dunas! Ah, não posso esquecer dos enormes cajueiros simplesmente engolidos por dunas ainda maiores, onde passei caminhando ao lado das suas folhas mais altas.
Deve ser engraçado e muito bom na época do caju, bastando esticar o braço para colhê-los.
Quanto ao que vi nesse lugar, talvez você perceba ao visualizar algumas imagens postadas aqui, mas o que senti... é bem difícil descrever!
Passeio de buggy pelas dunas
Aproveitei para fazer o passeio de buggy mais completo pelas dunas e que me levou até o povoado vizinho de Coqueiros.
Experimentei caminhar pela orla do Rio Real, até onde se encontra uma casinha de palha de coqueiro. Neste local, presenciei o pôr do sol mais bonito da viagem.
Pude sentir a energia das pessoas, convivendo e dialogando o suficiente para compreender a magia de estar em um lugar onde o ritmo do tempo não corre como um trem-bala, mas na velocidade de antigas máquinas a vapor.
Mangue Seco: um lugar congelado no tempo
Mangue Seco é um lugar para descansar, esquecer o relógio, o celular e se conectar com a natureza plena, com outro modo de viver e ver o mundo, um lugar mágico e muito especial!
Com tantas memórias, retornei para meu lar contemplativo, envolto por experiências genuínas que vem moldando espiritualmente este viajante que vos fala.
Se você curtiu este roteiro pelo litoral norte da Bahia e deseja realizar uma viagem semelhante, ou mesmo conhecer um dos destinos que contemplamos aqui, saiba como escolher os melhores transfers na Bahia. Certamente lhe serão muito úteis para chegar ao destino desejado com conforto e segurança!